quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Irina Palm e a mão



Terminamos aquela Bohemia geladíssima de R$ 2,50 da dona Luísa e corremos pro Cine Praia Grande. Após pagarmos as entradas, ainda tentei dar uma lida num mural com a sinopse do filme. Só lia a segunda linha do texto, quando fui alertado de que o filme já havia se iniciado.

Foi assim que começamos a assistir um longa do qual mal sabíamos o nome. A princípio, a imagem daquela senhora cinquentona, parecidíssima com a minha professora de Direito Comercial (meio “songa-monga” e conservadora), procurando emprego pelas ruas de Londres, me dava a impressão de que aqueles goles de cerveja não me deixariam acordado durante todo o filme.

A viúva Maggie precisava urgentemente de dinheiro para custear o tratamento de seu neto que corria risco de morrer em poucas semanas e o filme ficou interessante quando ela achou como conseguir. Foi aí que pensei na mão: aquela, úmida e gelada, ao direcionar o copo da cerveja da dona Luísa até minha boca; a que, com o dedo indicador, me ajudou a ler as duas primeiras linhas da sinopse e graças ao “polegar opositor” pude segurar as entradas; a mesma, que no início do filme acariciava a nuca da minha namorada com muito mais atenção; enfim, a mão passou a ser a protagonista do filme.

O desespero de Maggie com a saúde do neto levou aquela senhora de um único homem na vida, morto há sete anos, a se tornar “atendente” de uma boate privê. E o que tem a mão a ver com isso? Nada, se “atendente” não fosse um eufemismo para “punheteira”. Sem rodeios, é isso mesmo! O ofício consistia em colocar a mão na “massa”, dentro de uma cabine com um pequeno buraco na parede, numa altura estratégica.

Após um rapidíssimo “estágio” com uma companheira de trabalho (“Este aqui é circuncidado. Eles são menos sensíveis e você tem que apertar um pouco mais...”), a vovó iniciou no trabalho. Em pouco tempo, aquelas mãos macias fizeram tanto sucesso, que provocaram além de prazer e filas, a demissão de Luisa (não a da cerveja hein!), “professora”, colega de profissão e, agora, ex-amiga. Com o pseudônimo “Irina Palm”, Maggie chega até a receber proposta tentadora da concorrência para dar aulas de como fazer a “coisa”.

Na verdade, apesar da aparência cômica, Irina Palm mostra uma personagem que do seu desespero, vê surgir a possibilidade de se redescobrir enquanto mulher e buscar sua felicidade. Mas esse, certamente, não é o aspecto mais curioso do filme. Sobre a Irina, assista o filme, pois se eu contar tudo, não tem graça. Quanto à mão, se não tiver outro jeito, prefiro a minha mesmo!



Confira: www.irinapalm-themovie.com

4 comentários:

Lívia disse...

Muuuuuito bom o filme!
A cinquentona q nao tinha mais graça na sua vida,era desprezada pelo filho e nora e humilhada pelas suas "amigas,agora descobre um dom q a faz tem o melhor toque de londres!
Ah,nao esqueça q no texto,onde vc diz "se nao tiver outro jeito",leia-se Lívia!rsrs
=**

Gerusa disse...

Ui dilicia! hahahahahahaha

Não,falando serio(?!) eu vou assistir, pois deve ser legal.

Anônimo disse...

Muitoooo bom o blog, a postagem interessante o filme, vou ver se der... Gêeee, me levaa!! Mas e as novas postagens onde estão?? Olha olha... beijokas

Camila Chaves disse...

um dia desses me encontrei com as meninas no bar do porto. toda aquela velha guarda. daí, alce pediu a palavra para falar do teu blog. blog famosíssimo. fama essa que, percebi eu, aumentou consideravelmente após a postagem de irina palm. hahahaha era só o que se comentava. a pena foi que elas combinaram de ir assistir o tal filme no final de semana que chegaria no dia seguinte, mas o filme havia saído de cartaz. aaah. hahaha. (=