terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sem-vergonha ou sem hífen?

Em quem você vai votar no segundo turno das eleições em São Luís? A face ruborizada, uma leve gagueira e um rodeio para, enfim, responder a pergunta? Já sabemos quem vota em Castelo. Em geral é assim nos setores em que, pelo menos em tese, o nível intelectual é mais elevado.

Se é quase como admitir uma falha de caráter, assumir o voto no ex-governador biônico da ditadura (“pega mal pra reputação”), dizer que vota em Flávio Dino, ainda é muito cômodo e até motivo de orgulho para alguns. “É o voto da renovação, da juventude, da esquerda, de oposição ao retrógrado Castelo, da esperança e blá blá blá!”. No entanto, contra esses argumentos pesa o fato de que o ex-juiz é o “quase declarado” candidato do "dono do Mar".

As evidências estão postas. O candidato da Rôse, Gastão Vieira, suposto Nº 1 do grupo, já declarou seu apoio ao “nome da esquerda”. Ao comentar as eleições em São Luís, o jornalista da rede Globo Alexandre Garcia chegou a atribuir à intervenção de Sarney, o apoio de Lula a Dino. O presidente gravou um vídeo que ajudou a alavancar o candidato do PC do B ao segundo turno, o que teria acontecido graças a um pedido do ex-presidente. Ou seja, Flávio Dino passou a ser digno de um "palavrão" (leia "A moda agora é..." em: noitesequintais.blogspot.com/2008/09/moda-agora.html ).

A verdade é que nossa “elite pensante” sabe por que não votar em Castelo, mas pode e deve começar a desconfiar do porquê de votar em Flávio Dino. O pragmatismo da democracia burguesa que envolve o debate eleitoral não permite a percepção da maior parte da população de que grandes e verdadeiras transformações podem transcender a via institucional. Neste segundo turno, convicto, sem medo e “sem vergonha” (sem hífen), voto nulo!

8 comentários:

Bob LaBrie disse...

É maycko!
Essa situação política ludovicense não está lá muito boa, mas em face da conjuntura atual e do apoio forçado de lula ao "DINOssauro", não chega a ser absurdo, muito menos ridículo, o desejo de "retroagir", ainda que por fetiche em oposição ao nome que, muito bem exposto anteriormente por ti, virou sinonimo de palavrão.

Anônimo disse...

eu também votarei nulo, mas somente se as pesquisas derem uma vitória relativamente folgada à Dino, não quero correr o risco de ter Castelo no poder
Cruzes!!
Nem vislumbro essa possibilidade

Unknown disse...
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Maycko Passos disse...

Contrariando meu texto, "Biz" tá com vergonha de assumir que vota em Flávio Dino de qualquer jeito...rs

Unknown disse...

Voto em Flávio Dino e sem nenhuma vergonha, muito menos com a necessidade de ser anti-Castelo ou anti-Sarney.Infelizmente esse caráter transcendental de uma posição à realidade não me faz visualizar um muro fictício pelo qual eu poderia dizer que não participei daquilo e que estarei em minha nave espacial sobrevoando o nosso fatidico município. Tô assumindo sim uma posição, pois prefiro quebrar a cara se o caso for a ter que anular meu voto como um ser que residisse no Mundo de Oz.

Maycko Passos disse...

Votar nulo é assumir sim uma posição caro Wallace. Um posição de protesto contra essa peseudo-democracia da qual vc aparenta estar conformado em fazer parte. Um teatro, onde prevalece o poder econômico (já deu uma olhada na nossa nova camara de vereadores?). Voto nulo, não pq não me importo com política ou com o destino da nossa cidade, apenas pq tenho a compreensão de que esse processo eleitoral não altera o atual quadro de corrupção e manutenção de privilégios aos "representantes do povo". Voto nulo pq acredito em outras formas de intervenção em nossa realidade com muito mais legitimiade (movimentos sociais, por exemplo). Enfim, reflita sobre o q é realmente estar numa nave espacial!
De qualquer forma, valeu pela participação. Espero que esteja sempre por aqui. Aproveite pra dar uma lida em: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/10/430101.shtml

Camila Chaves disse...

a começar que não votaria em castelo nem se um dia caísse uma bomba e todos os candidatos sumissem de súbito e ele fosse o único que tivesse sobrevivido. naquela velha história que vovó já dizia, e bem, de que "vaso ruim não quebra".

já flávio dino, engana-se quem vota nele pensando em ser este o "menos pior". se é mesmo que isso possa existir. é por conta de atitudes meramente reformistas como essa que a política aqui em são luís continua do jeitinho ridículo que está.

ao dino, para ser bem sincera, minha raiva toda começou quando me vi diante da aliança totalmente oportunista entre pt e pc do b que se deu para sua candidatura. nhá. "o novo?", "a juventude?". e ainda tem gente que acredita nisso. blá.

é companheiro, também votarei sem medo, sem hífem e sem vergonha, NULO!

gostei do texto, maykito.
beijo.

Anônimo disse...

Em outras palavras, sobre a democracia burguesa, só reitero o que o velho alemão já dizia há mais de um século: a cada quatro anos temos a oportunidade de escolher o tamanho da corda. Todavia, não obstante as experiências fracassadas de esperança no reformismo, ainda insistimos no erro de "votar no menos pior". O mesmo argumento utilizado na última eleição para o governo do Estado, repete-se agora na eleição municipal. No que deu? que o digam os professores no Estado. Nesse sentido, o voto nulo não é um posicionamento apolítico, mas o posicionamento de quem não aceita escolher o tamanho da bota que o pisa.