domingo, 26 de outubro de 2008

Sobre múmias, faraós e mais dos mesmos



A múmia do Castelo (e não da pirâmide) ressuscitou. Com suas ataduras maquiadas por Duda Mendonça, o “mau velhinho” Castelo conseguiu comprar uns e enganar outros, sobretudo, os mais simples e humildes. Considerado quase morimbundo politicamente e após perder três eleições para o executivo municipal seguidas, ele ressurge curiosamente graça$$$ ao apoio de seu algoz nos pleitos de 1996 e 2000. Isso mesmo, a culpa é do nosso atual faraó Jacskson Lago, há algum tempo conhecido como “Jackson doze-para-mudar-o-Maranhão”, o da necessidade de “alternância” contra o coronelismo das forças conservadoras do estado.

Pois é, nada como uma eleição depois da outra. O “libertador do Maranhão”, que vive um momento de popularidade baixa na capital, fruto da sua “excelente” gestão, bancou a campanha daquele que fez quase tudo, com exceção das praias de São Luís. O doze libertador se associou com o que há de tão atrasado quanto a “oligarquia do palavrão”. Está cada vez mais claro de que na eleição de 2006 se trocou uma dúzia por doze.

Por falar em eleições de 2006 e em Sarneys, o “candidato da esquerda” à prefeitura de São Luís Flávio Dino, ao discursar após a derrota, reclamou de compra de votos e abuso de poder econômico, se esquecendo de como se elegeu deputado federal. Não é que o sujo falou do mal lavado? O Flávio Dino perdeu, mas como os outros poderá ressurgir em breve.


De um Castelo? De um Palácio? Do Senado? Da ilha de Curupu, Da puta que pariu? De onde ressusitará o próximo “Ramsés” da política maranhense?

PS: Não percam hoje na Globo, em domingo maior o filme “O retorno da Múmia” (juro que foi coincidência rsrs)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sem-vergonha ou sem hífen?

Em quem você vai votar no segundo turno das eleições em São Luís? A face ruborizada, uma leve gagueira e um rodeio para, enfim, responder a pergunta? Já sabemos quem vota em Castelo. Em geral é assim nos setores em que, pelo menos em tese, o nível intelectual é mais elevado.

Se é quase como admitir uma falha de caráter, assumir o voto no ex-governador biônico da ditadura (“pega mal pra reputação”), dizer que vota em Flávio Dino, ainda é muito cômodo e até motivo de orgulho para alguns. “É o voto da renovação, da juventude, da esquerda, de oposição ao retrógrado Castelo, da esperança e blá blá blá!”. No entanto, contra esses argumentos pesa o fato de que o ex-juiz é o “quase declarado” candidato do "dono do Mar".

As evidências estão postas. O candidato da Rôse, Gastão Vieira, suposto Nº 1 do grupo, já declarou seu apoio ao “nome da esquerda”. Ao comentar as eleições em São Luís, o jornalista da rede Globo Alexandre Garcia chegou a atribuir à intervenção de Sarney, o apoio de Lula a Dino. O presidente gravou um vídeo que ajudou a alavancar o candidato do PC do B ao segundo turno, o que teria acontecido graças a um pedido do ex-presidente. Ou seja, Flávio Dino passou a ser digno de um "palavrão" (leia "A moda agora é..." em: noitesequintais.blogspot.com/2008/09/moda-agora.html ).

A verdade é que nossa “elite pensante” sabe por que não votar em Castelo, mas pode e deve começar a desconfiar do porquê de votar em Flávio Dino. O pragmatismo da democracia burguesa que envolve o debate eleitoral não permite a percepção da maior parte da população de que grandes e verdadeiras transformações podem transcender a via institucional. Neste segundo turno, convicto, sem medo e “sem vergonha” (sem hífen), voto nulo!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Irina Palm e a mão



Terminamos aquela Bohemia geladíssima de R$ 2,50 da dona Luísa e corremos pro Cine Praia Grande. Após pagarmos as entradas, ainda tentei dar uma lida num mural com a sinopse do filme. Só lia a segunda linha do texto, quando fui alertado de que o filme já havia se iniciado.

Foi assim que começamos a assistir um longa do qual mal sabíamos o nome. A princípio, a imagem daquela senhora cinquentona, parecidíssima com a minha professora de Direito Comercial (meio “songa-monga” e conservadora), procurando emprego pelas ruas de Londres, me dava a impressão de que aqueles goles de cerveja não me deixariam acordado durante todo o filme.

A viúva Maggie precisava urgentemente de dinheiro para custear o tratamento de seu neto que corria risco de morrer em poucas semanas e o filme ficou interessante quando ela achou como conseguir. Foi aí que pensei na mão: aquela, úmida e gelada, ao direcionar o copo da cerveja da dona Luísa até minha boca; a que, com o dedo indicador, me ajudou a ler as duas primeiras linhas da sinopse e graças ao “polegar opositor” pude segurar as entradas; a mesma, que no início do filme acariciava a nuca da minha namorada com muito mais atenção; enfim, a mão passou a ser a protagonista do filme.

O desespero de Maggie com a saúde do neto levou aquela senhora de um único homem na vida, morto há sete anos, a se tornar “atendente” de uma boate privê. E o que tem a mão a ver com isso? Nada, se “atendente” não fosse um eufemismo para “punheteira”. Sem rodeios, é isso mesmo! O ofício consistia em colocar a mão na “massa”, dentro de uma cabine com um pequeno buraco na parede, numa altura estratégica.

Após um rapidíssimo “estágio” com uma companheira de trabalho (“Este aqui é circuncidado. Eles são menos sensíveis e você tem que apertar um pouco mais...”), a vovó iniciou no trabalho. Em pouco tempo, aquelas mãos macias fizeram tanto sucesso, que provocaram além de prazer e filas, a demissão de Luisa (não a da cerveja hein!), “professora”, colega de profissão e, agora, ex-amiga. Com o pseudônimo “Irina Palm”, Maggie chega até a receber proposta tentadora da concorrência para dar aulas de como fazer a “coisa”.

Na verdade, apesar da aparência cômica, Irina Palm mostra uma personagem que do seu desespero, vê surgir a possibilidade de se redescobrir enquanto mulher e buscar sua felicidade. Mas esse, certamente, não é o aspecto mais curioso do filme. Sobre a Irina, assista o filme, pois se eu contar tudo, não tem graça. Quanto à mão, se não tiver outro jeito, prefiro a minha mesmo!



Confira: www.irinapalm-themovie.com